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quarta-feira, 28 de março de 2018

Didática de Ensino

    "A maior parte das explicações sobre o fenômeno do fracasso escolar acabaram localizando as razões do problema em fatores externos à escola e às práticas pedagógicas ali desenvolvidas. Estudando as maneiras de constituição do tema, Maria Helena Patto diz que esse suposto fracasso é uma construção teórica e prática e que ela é feita fora da escola, pelos pesquisadores, e dentro da escola, pelos professores.
     No caso brasileiro, os estudos acabam oferecendo aos professores diversas categorias de análises, como as ideias da carência material, emocional ou linguística. Neles se procura demonstrar que a maioria das crianças das camadas populares não são bem-sucedidas na escola devido às situações vividas fora dela, antes mesmo de essas crianças entrarem no processo de escolarização. As explicações são muito variadas.
  • Suas famílias não lhes ofereciam suficiente carinho, estímulo e apoio devido ao pouco tempo que passam com as crianças, à ausência mais frequente da figura paterna, à violência familiar, etc;
  • As crianças seriam mal alimentadas ou mesmo desnutridas devido à pobreza, o que lhes provocaria sérios danos às capacidades mentais;
  • O ambiente em que elas vivem seria pobre de estímulos sensoriais e marcado por interações linguísticas muito precárias, o que resultaria em déficits dificilmente superáveis. 
     (...) Sustentados pelas explicações baseadas nas ideias de déficit ou carência e acreditando nelas, os professores não encontram na sua formação profissional um conjunto de saberes alternativos que lhes permita inventar outras soluções. Diante das "carências" constatadas e incapazes de aplicar soluções pedagógicas mais efetivas, apela-se para uma pedagogia fundada na atenção, no carinho e na dedicação, que, embora bem-intencionada, dificilmente ajuda as crianças a superarem o círculo de ferro da não aprendizagem, reprovação ou evasão e exclusão da escola". (Jaime Cordeiro - "Alunos: Pacientes ou Agentes" p. 92-93)
     Para solucionar o problema do fracasso escolar, "é necessário que o aluno se transforme de paciente em agente, deve estar nessa transitoriedade, indo da situação de paciente, daquele que recebe a ação do trabalho institucional e pedagógico da escola, até a situação de agente, aquele que durante o processo de aprendizagem, e cm base nele, conquista sua liberdade por meio da aquisição de um conjunto de instrumentos, valores, modos de agir, pensar e se relacionar com o mundo, com a sociedade, com as pessoas." (Jaime Cordeiro - "Alunos: Pacientes ou Agentes" p. 94)
     "No momento em que o professor ensina, os alunos têm que ter a ideia clara do que estão fazendo ali, que contribuições eles podem dar, através de suas experiências pessoais, para o assunto que está sendo trabalhado." (Maria Teresa Egler Mantoan)
     É evidente a necessidade da estrutura física e administrativa da escola como materiais de aprendizagem, alimentação adequada para as crianças e etc.

sábado, 24 de março de 2018

Função de Primeiro Grau ou Função Afim?


Cometemos alguns vícios de linguagem e, nem sempre usamos denominações consideradas por muitos matemáticos como corretas. É o caso, como exemplo, de incógnita, quando tratamos com funções, quando o correto, seria variáveis. Raízes, quando deveríamos dizer, zeros da função e, por aí segue.
O "correto" ou mais adequado, seria função polinomial do primeiro grau, ou seja, uma função expressa por um polinômio de grau 1, particularizando esta função. Quanto função do primeiro grau, os autores mais minuciosos estão corretos ao dizer que as funções não tem graus, o que tem grau é o polinômio representativo da mesma.
O professor, ao optar por um dos seguintes termos: função afim, função polinomial do primeiro grau , função linear, etc., deve explicar a seus alunos o porquê dessa adoção para efeitos didáticos. Porém, é importante informar-lhes que há outros modos de denominar o mesmo objeto, pois é preciso prepará-los para a diversidade que irão encontrar em estudos posteriores.

(Texto composto das seguintes fontes:
 https://groups.google.com/forum/#!msg/profmat/20bhLmzmFzU/Sum2uBzFrlYJ (Comentário de Wagner) e  http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1418-8.pdf?PHPSESSID=2010062411254476 (Página 26))

terça-feira, 20 de março de 2018

Antigravidade

Texto extraído do site: https://adrenaline.uol.com.br/forum/threads/antigravidade-mito.219047/

"O universo das informações científicas tem uma peculiaridade intrigante: é comum notícias bombásticas surgirem de repente, provocarem intensas repercussões e depois desaparecerem como se nada houvesse acontecido. Muitas vezes, o argumento é de que a descoberta, ou invento, ainda está incompleta e "necessita de estudos mais aprofundados". Em outras ocasiões, afirma-se que a teoria é fantástica, mas o problema é a inviabilidade prática e econômica. E assim, entre um argumento e outro, as informações desaparecem dos meios de comunicação de massa e quase não se fala mais no assunto. Pelo menos em público.

Foi o que aconteceu com o mecanismo antigravidade desenvolvido pelo físico russo Eugene Podkletnov, em 1993. Uma verdadeira revolução, foi o que na época noticiaram os jornais, revistas, rádios e televisões do mundo todo, com grande alarde. Até a insuspeita e rigorosa publicação Journal of Physics-D: Applied Physics, do Instituto Britânico de Física, chegou a informar sobre ele, em sua edição de novembro de 1996, dando a seus leitores uma detalhada descrição do mecanismo.

O mecanismo parece conseguir anular parcialmente a lei da gravidade e diminuir o peso dos corpos. Foi desenvolvido por Podkletnov na Universidade Tampere de Tecnologia, na Finlândia. Analisado exaustivamente pela NASA e pelo respeitado Instituto Max Planck, da Alemanha, foi anunciado, na época, como uma revolução em muitas áreas da ciência, da atividade humana e das viagens espaciais.

Os teste práticos com pequenos objetos, realizados na Finlândia, mostraram que esses objetos, ao serem colocados no mecanismo, passavam a ter uma espécie de "escudo" que os protegia contra a ação da gravidade - resultado até então considerado impossível pela grande maioria dos cientistas.

O mecanismo antigravitacional, que até há pouco só poderia ser imaginado nas histórias de ficção científica, é um pequeno anel de 20 centímetros de diâmetro que gira a 3 mil rotações por minuto, impulsionado pela energia eletromagnética de dois ímãs, dentro de um recipiente de gelo seco. Como muitas vezes acontece nas invenções e descobertas científicas, sua atividade foi descoberta por acaso, pois o mecanismo de Podkletnov havia sido criado, inicialmente, não para neutralizar a força da gravidade, mas para testar a capacidade de supercondutividade da cerâmica. O princípio em que se baseava era o de que a temperaturas muito baixas, próximas do zero absoluto (-273,15 graus centígrados), os átomos de alguns materiais, como a cerâmica, deixam passar livremente a corrente elétrica, gerando um efeito de alta condutividade.

O momento da descoberta do efeito antigravitacional foi muito curioso. Quem conta em detalhes é o próprio Podkletnov, em um depoimento na internet:

"Nós estávamos trabalhando até altas horas da noite e um de nossos amigos chegou para nos visitar em nosso laboratório. Ele é uma pessoa muito simpática. Tinha uma longa barba e costumava fumar cachimbo. Ele estava infestando o laboratório com fumaça e então percebemos que a fumaça chegava ao local do nosso experimento, encontrava uma barreira invisível e imediatamente ia embora. Isso acontecia numa área que era a projeção do pequeno disco que estávamos usando para testar os condutores. Nenhuma fumaça conseguia entrar ali. Para ter certeza de que havia alguma influência do experimento na fumaça, fomos ao andar de cima e, com um barômetro, tentamos encontrar uma área onde a pressão estivesse reduzida. Ficamos surpresos, mas pudemos determinar facilmente essas áreas onde havia pressão reduzida do ar. Elas correspondiam exatamente à projeção do nosso disco supercondutor. Era uma prova clara de que realmente tínhamos uma espécie de escudo gravitacional".

Para tentar entender melhor o que estava acontecendo, os cientistas colocaram uma pequena bola de golfe acima do mecanismo supercondutor. Ligada à bolinha havia uma balança supersensível. Para surpresa geral, a bolinha perdeu cerca de 2% de seu peso. Em seguida, a equipe experimentou outros materiais e ocorreu a mesma coisa. Quando inseriram dois anéis no mecanismo, em vez de apenas um como havia inicialmente, a perda de peso foi duplicada, em várias experiências, com materiais diversos. Ao constatar isso, Podkletnov iniciou a elaboração de um projeto teórico para a construção de um mecanismo com vários anéis, no qual, ao menos em teoria, será possível eliminar todo o peso de um corpo ao neutralizar totalmente a ação da gravidade.

Podkletnov continuou suas experiências e aperfeiçoou seu mecanismo. No final de 1994, foi contatado por um físico italiano, G. Modanese, que lera seu artigo sobre a descoberta e, em seguida, concebeu um modelo teórico para explicar o efeito observado por Podkletnov e sua equipe. Podkletnov confirmou a ele que o novo mecanismo, desenvolvido para os testes subseqüentes, mostrava um enfraquecimento em torno de 0,5% na força gravitacional exercida pela Terra. Em maio de 1995, Modanese enviou um relatório a cientistas norte-americanos, o que aumentou o interesse pelo assunto. No final de 1996, um norte-americano inventor e perito em eletrônica, J. Schnurer, entrou em contato com Modanese e começou a desenvolver uma versão simplificada do mecanismo de Podkletnov. Hoje, os principais estudos de Podkletnov, Modanese e Schnurer estão reunidos e catalogados pela Gravity Society, criada nos Estados Unidos especialmente como referência para todos os interessados nas interações entre gravidade e supercondutores.

Em virtude da importância que o mecanismo antigravitacional pode vir a ter para as viagens espaciais, a NASA tem grande interesse no assunto e desenvolve há vários anos testes em mecanismos maiores, baseados no princípio de Podkletnov. Em Huntsville, Alabama, onde está sediado o Centro Espacial Marshall, um dos principais objetivos é construir uma astronave movida a propulsão antigravidade.

"Seríamos idiotas se não tentássemos reproduzir o experimento de Podkletnov". Quem diz isso é Whitt Brantley, chefe do Escritório de Conceitos Avançados do Centro Marshall. Funcionário da NASA desde os anos 60, sua primeira missão foi planejar um vôo tripulado a Marte. Hoje, mais de 30 anos depois, ele se sente mais do que nunca encorajado com o experimento de Podkletnov. "Teoricamente", comenta, "poderíamos manipular campos em torno de uma espaçonave para produzir um forte campo à nossa frente e um campo fraco atrás; desse modo poderíamos acelerar à frente, alcançando velocidades muito altas em poucos segundos, sem efeitos sobre os corpos dos tripulantes".

O projeto de desenvolver o experimento de Podkletnov em maiores proporções foi batizado pela NASA de Projeto Delta G. Uma das maiores dificuldades é produzir discos supercondutores grandes, o que deve ocorrer por volta de 2002, quando pode ser provado que o mecanismo de Podkletnov é um dos acontecimentos mais importantes da nossa ciência em todos os tempos."